Carregando Experiência
Você se lembra como funcionava a vida sem internet no celular? Era um tempo em que os telefones serviam apenas para ligações e SMS, e a internet era tratada como um “local” onde se precisava “entrar”. E a gente entrava na internet só quando era necessário, normalmente a partir de um computador, e precisava discar e aguardar às vezes mais de 10 minutos para estar conectado.
Quando a internet chegou aos celulares, por meio das tecnologias 3G e 4G, passamos a ficar conectados praticamente 24 horas por dia. Aos poucos, deixamos de fazer ligações por voz para apostar nas chamadas ligações via WhatsApp (que são basicamente chamadas de voz sobre IP, o famoso VOIP), e hoje temos aplicativos para lidar com quase tudo da nossa vida.
A onipresença da internet nas nossas vidas – ou a ubiquidade da conectividade, como alguns gostam de chamar – abriu espaço para que fossem criadas soluções que antes não eram viáveis porque as pessoas não estavam na internet o tempo todo. Hoje, passou a ser comum ouvir que alguém vai “pedir o almoço pelo app” ou estacionar o carro em um local público e ativar o parquímetro pelo celular.
Nos próximos anos, a expectativa é que fiquemos ainda mais plugados à web pelos nossos celulares. Segundo o Statcounter, desde 2016 a proporção global de acessos via aparelhos móveis é maior do que os acessos via computadores. No Brasil, essa mesma perspectiva deve se tornar realidade dentro de alguns anos, provavelmente alavancada pela maior velocidade de conexão móvel prevista com a chegada do sinal 5G no país.
Globalmente, já acessamos mais a internet via celular do que via desktop.
No Brasil, o acesso à web via aparelhos móveis continua crescente e deve aumentar ainda mais com a chegada do 5G.
Considerada a próxima geração de internet móvel, o 5G promete uma maior velocidade de download e de upload nas nossas redes de telefonia celular. Ao melhor uso do espectro de rádio, o 5G não apenas é capaz de manter mais dispositivos conectados à internet ao mesmo tempo, mas também oferece conexões mais estáveis e cobertura mais ampla. Ou seja, tudo o que já fazemos hoje nos nossos smartphones, poderemos fazer ainda mais rápido e melhor com o 5G.
Por enquanto, o governo ainda debate a melhor forma de adotar o 5G no Brasil, já que a sua implementação requer autorizações para o uso de novos espectros das ondas. No mundo, países como a China estão gradativamente adotando o 5G, prevendo alguns grandes impactos positivos para os negócios.
Mais streaming: o primeiro impacto que vamos sentir, segundo um relatório da consultoria Kantar, será o aumento do consumo de serviços de streaming (como a Netflix) diretamente nos celulares, já que as redes terão maior velocidade. As chamadas em vídeo se tornarão ainda mais comuns e frequentes, já que o 5G oferecerá mais estabilidade para a conexão. Em alguns casos, até a internet doméstica poderá ser obtida via rede celular, especialmente em regiões onde o cabeamento possa ser mais complicado ou caro de ser realizado.
Mais automação: por conta da capacidade de conectar mais dispositivos ao mesmo tempo com alta velocidade e baixa latência, a rede 5G promete alavancar a automação de sistemas e a implementação da Internet das Coisas nas empresas. Dessa forma, a nova transformação digital acontecerá de maneira mais veloz e mais fácil de implementar.
Mais sistemas na nuvem: no longo prazo, a chegada do 5G promete um significativo ganho de performance nas conexões. As atividades online vão passar a acontecer de forma quase instantânea, o que fará com que plataformas de serviços na nuvem (como as oferecidas pela Microsoft ou pelo AWS da Amazon) se tornem mais eficientes e confiáveis, operando com menos lags e lentidão. Dessa forma, a grande maioria dos aplicativos ou serviços web poderão ser desenvolvidos de forma nativa na nuvem (ou seja, passam a acontecer na web ao invés de localmente) trazendo uma enorme eficiência no desenvolvimento de micro serviços e na operação de aplicativos, além de facilitar o trabalho dos DevOps. Do ponto de vista das consultorias de tecnologia como a Devell, a chegada do 5G vai, no fim das contas, tornar ainda mais ágil o desenvolvimento de sistemas ou apps, além de permitir que atualizações ou melhorias contínuas possam ser executadas mais frequentemente, sem a necessidade de interrupção dos serviços.
Ainda vai levar um tempo. A expectativa é que ainda leve de 2 a 4 anos, depois do leilão de frequências, para que o 5G esteja efetivamente disponível em diversos bairros das maiores cidades do país.
No edital do leilão, que foi aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), estava previsto que o 5G deveria funcionar nas 26 capitais do Brasil e no Distrito Federal em julho de 2022.
No entanto, a agência decidiu estender esse prazo até 29 de setembro por questões técnicas. Segundo nota divulgada pela Anatel, o conselho diretor aprovou o adiamento diante da falta de equipamentos para fazer a “limpeza da faixa” de 3,5GHz, que será usada pelo 5G.
Em uma audiência na Câmara dos Deputados em setembro, um dos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, afirmou que a promessa de o 5G a todas as capitais do país até julho de 2022 era para “inglês ver”. Isso porque a proposta de edital do 5G prevê a instalação de poucas estações rádio base, que são as antenas. Desse modo, o sinal da internet móvel de quinta geração ficaria restrito a uma pequena área das capitais, não cobrindo toda a área das cidades.
Ainda segundo a Anatel, para todas as cidades do Brasil com mais de 30 mil habitantes, o prazo de implantação é julho de 2029. Essas datas foram aprovadas pelo TCU.
O primeiro passo para a exploração da tecnologia é definir quais empresas poderão operar nas faixas de frequência do 5G. Isso acontece em forma de leilão, que está marcado pela Anatel para 4 de novembro.
Após o leilão, as operadoras vencedoras precisarão investir em infraestrutura para oferecer a conexão, como instalação de fibras ópticas.
Além disso, conforme prevê Cedraz, ministro do TCU, o 5G vai exigir muito mais antenas para entregar todo o seu potencial – uma preocupação das empresas, já que as regras para instalação dos equipamentos são definidas por cada município.
Para Marcos Ferrari, presidente-executivo da Conexis, entidade que representa as operadoras, a cobertura pode acontecer até mesmo antes das metas previstas pela Anatel conforme a demanda dos consumidores e a competição do mercado.
A Anatel prevê que se instale mais estações rádio base (ERB) – ou antenas – nas cidades, com o passar do tempo. Na prática, é isso o que garantirá cobertura de sinal 5G.
Nos municípios com até 30 mil habitantes, a Anatel determina a instalação de até cinco estações rádio base, conforme o tamanho da população.
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